Milho Brs Caimbé em regime de adubação verde com Feijão-de-Porco

2022-10-03T20:46:55+00:00

A adubação verde é um sistema que aproveita de maneira eficiente a capacidade de fixação de nitrogênio retirado do ar por plantas de cobertura, em geral, especialmente pelas leguminosas. Faz parte de um processo bioquímico que transforma o nitrogênio que se encontra inerte na atmosfera em alimento utilizável pelas plantas, animais e outros organismos. Trata-se de um processo que a natureza nos traz, pouco divulgado, mas com extraordinária utilidade na produção agrícola em geral.

Benefícios para o milho

Diversos estudos retratam incrementos importantes decorrentes do uso de plantas de cobertura na cultura do milho. Demonstram ainda que as leguminosas, dentre as plantas de cobertura testadas, são as que apresentam o melhor resultado na produtividade do milho. (Fonte – Comunicado Técnico 225 da Embrapa, Sete Lagoas 2017)

 Feijão-de-porco

O feijão-de-porco é indicado para cultura de cobertura em adubação verde por uma série de razões. Possui crescimento herbáceo ereto, não tem hábito trepador. É bastante rústica, anual ou bianual com crescimento inicial lento. Adapta-se a qualquer tipo de solo, tolera sombreamento parcial e não suporta geadas. O feijão-de-porco apresenta o melhor nível de fixação biológica dentre as culturas de cobertura, aí incluídas as leguminosas.

(Fontes – CT225, citado acima, e Produtividade de Milho em Sucessão a Plantas de Cobertura, Ver Eng Agric e Ambiental, Nov 2019)

Além do nitrogênio, o feijão-de-porco também concentra na matéria seca diversos outros nutrientes, como fósforo, potássio, cálcio e micronutrientes.

Fonte – Produção de biomassa e teor de nutrientes do feijão-de-porco
(Canavalia Ensiformis (L.) DC.) em Reflorestamento no estado do Pará
Breno Pinto Rayol, Fabrízia de Oliveira Alvino-Rayol
Revista Agrossistemas, v.4, n.2, pgs 85-90, 201

– Redução no uso de químicos, mas há um preço: liberação lenta

A utilização de leguminosas nos mais diversos sistemas de produção vem de encontro com a necessidade de diminuição da demanda de adubos e defensivos químicos nas áreas produtivas diminuindo assim o custo de produção.

Convém ressaltar que a dinâmica de nutrientes vindos das leguminosas é diferente dos fornecidos por adubos formulados, e seus benefícios são mais visíveis a médio e longo prazos.

No caso dos formulados (NPK) a liberação dos nutrientes é rápida, ao passo que com leguminosas a liberação é lenta e gradativa, dependente do processo de mineralização e condições biológicas do solo. Em média 30 % dos nutrientes são liberados nas primeiras 2 semanas a partir de sua incorporação em solos com umidade adequada e a maior parte restante é liberada de forma gradativa.

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